O que está acontecendo no Espírito Santo?
A região de Vitória, capital do estado, e cidades do interior vêm sofrendo uma onda de violência desde a sexta-feira (4). O motivo é que as esposas, namoradas e mães de policiais militares acamparam nas portas dos quartéis, impedindo a saída das viaturas. Elas protestam pedindo melhores salários e condições de trabalho para os PMs. Segundo o G1, pedem “o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também são denunciados o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira”.
Calma: as mulheres? Mas por que os PMs não protestam eles mesmos?
Porque eles são proibidos de fazer greve ou protestar. Se fizerem alguma dessas coisas, podem ser expulsos da corporação ou presos. Por isso, as mulheres se encarregaram de cobrar do governo as melhorias para os policiais.
E pode isso?
Segundo a justiça do estado, não. Ela declarou que o protesto é ilegal e que as famílias não podem bloquear as entradas dos batalhões.
E as cidades ficaram sem polícia?
Sem grande parte da Polícia Militar. Como ainda não houve um acordo entre as manifestantes e a secretaria de Segurança Pública, a situação continua a mesma. Mas o presidente Michel Temer enviou tropas do exército para fazerem o policiamento das ruas enquanto a PM não volta a trabalhar. São 2 mil soldados.
Ouvi dizer que está um caos por lá. É verdade?
Sim. 62 pessoas foram assassinadas, lojas foram saqueadas, houve assassinatos e o comércio fechou as portas com medo da violência. A Federação do Comércio do Espírito Santo afirma que 120 lojas tiveram prejuízos, que chega a R$ 4,5 milhões no total. Os ônibus ficaram sem circular e só voltaram ontem. Ainda assim, o serviço foi encerrado às 19h, por segurança.
Existe alguma previsão de quando isso vai ser resolvido?
Ainda não. Tudo depende da negociação entre as famílias e o governo do estado.
Acredito no direito de protesto de todo cidadão. Mas não podemos confundir um protesto com a ação que coloca em perigo a vida de toda a população do Estado, e a capital se transforma em um caos.
O que as esposas dos PM’s devem lembrar, é que elas, e suas famílias, também podem ser vítimas dessa violência.