Desde ontem estão falando sem parar da Bolívia. O que acontece por lá?
Ontem, Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia.
Por que ele renunciou?
Porque as forças armadas do país ordenaram que ele fizesse isso.
Tá, mas o que as forças armadas têm a ver?
O que aconteceu é o seguinte: desde o dia 20 de outubro, estão acontecendo vários protestos pelo país. Muita gente tem se manifestado contra o governo de Evo Morales porque considera que houve fraude na eleição que o reelegeu.
E houve fraude mesmo?
Segunda o Organização dos Estados Americanos (OEA), uma instituição internacional, sim. O Evo Morales iria ter o quarto mandato como presidente do país.
Por que está acontecendo essa confusão toda por lá?
Um dos motivos principais é a insistência de Evo Morales de continuar disputando a reeleição. O Congresso do país já tinha mudado a Constituição em 2009 para permitir que a reeleição, que antes era proibida. Em 2016, aconteceu um referendo para perguntar à população se Morales poderia concorrer a um quarto mandato. A maioria dos eleitores rejeitou a possibilidade de uma nova eleição. Evo Morales conseguiu se candidatar de novo este ano porque o Tribunal Constitucional da Bolívia deu a ele a permissão.
Ouvi dizer que ia ter eleição de novo, é verdade?
Ontem (10 de novembro), antes de renunciar, Evo Morales chegou a anunciar novas eleições. Mas agora não se sabe o que vai acontecer.
Quem assumiu a presidência? O vice?
Não. O vice, Álvaro Linera, também renunciou, assim como os presidentes do Senado e Câmara da Bolívia. Ainda não se sabe quem está governando o país.
Muita gente disse que foi um golpe. Foi mesmo?
O argumento de quem afirma ter sido um golpe se baseia no fato de que as forças armadas do país recomendaram a Evo que renunciasse. Normalmente, as forças armadas não devem interferir em assuntos da política. Ao dar um “conselho” a Evo Morales, elas estariam fazendo uma ameaça disfarçada, já que elas têm, claro, armas.
Saiba mais sobre esse assunto:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/11/11/entenda-a-crise-politica-na-bolivia.ghtml