O que é a escala 6×1?

Você aceitaria perder um dia do seu fim de semana? É exatamente isso que acontece com quem trabalha na escala 6×1. Nessa modalidade, bastante comum em setores como comércio e serviços, o trabalhador só descansa um dia após seis dias seguidos de trabalho. Esse modelo, que pode sobrecarregar os profissionais, entrou no centro das discussões por causa de uma proposta da deputada Erika Hilton, do PSOL, que quer acabar com a escala 6×1.

A proposta de Erika Hilton

A ideia da PEC de Erika Hilton é não só eliminar o regime 6×1, mas também abrir espaço para a jornada de quatro dias de trabalho e três dias de folga. Segundo a deputada e seus apoiadores, essa mudança traria benefícios tanto para a qualidade de vida dos trabalhadores quanto para a economia, podendo, inclusive, gerar até 6 milhões de novos empregos.

Movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT)

Inspirada pelo movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT), criado por Rick Azevedo, vereador no Rio de Janeiro, a proposta sugere uma nova forma de organizar o tempo de trabalho e descanso. Esse movimento defende uma semana mais curta, que já vem sendo testada em outros países e até em algumas empresas aqui no Brasil.

Resultados em outros países

E como esses testes funcionaram fora do Brasil? No Reino Unido, um estudo com quase 3 mil trabalhadores que passaram a ter uma semana de trabalho 4×3 mostrou que 40% se sentiram menos estressados e 70% tiveram redução nos sintomas de burnout. Além disso, as empresas participantes relataram um aumento de 1,5% na receita e menor rotatividade dos funcionários — ou seja, conseguiram reter mais pessoas satisfeitas com o trabalho. E ao contrário do que muitos pensam, a redução da jornada não causou prejuízos financeiros.

Resistência no Congresso e no setor empresarial para o fim da escala 6×1

Apesar dos dados positivos, a proposta enfrenta resistência em setores como comércio e serviços, que temem impactos econômicos. As empresas desses setores argumentam que mudar a escala pode aumentar os custos e afetar a operação. No Congresso, a PEC ainda precisa de apoio para avançar: são necessárias 171 assinaturas de deputados para que a proposta possa ser analisada.

Uma nova visão para o futuro do trabalho?

Seja como for, essa discussão coloca em pauta uma pergunta importante: o modelo de trabalho atual atende às necessidades de descanso e qualidade de vida dos trabalhadores? A proposta de Erika Hilton levanta um debate sobre o futuro do trabalho no Brasil, e agora resta acompanhar os próximos passos e ver até onde essa ideia vai chegar no Congresso.

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