Por que Israel atacou o Irã? A Operação que Mudou o Oriente Médio
Na madrugada do dia 13 de junho de 2025, Israel lançou ataques aéreos coordenados contra alvos estratégicos no Irã na chamada “Operação Leão Crescente” (Operation Rising Lion). Explosões atingiram a capital Teerã e outras cidades importantes, como Natanz e Isfahan, marcando o confronto direto mais significativo entre os dois países rivais.
Mas porque Israel atacou o Irã justamente agora? A resposta envolve uma combinação de fatores estratégicos, nucleares e políticos que criaram uma “janela de oportunidade” única para Tel Aviv agir contra seu maior rival regional.
O Programa Nuclear Iraniano: A Principal Razão do Ataque
O Medo da Bomba Nuclear
Israel há muito tempo acusa o Irã de desenvolver armas nucleares às escondidas2. Mas desta vez, o governo de Benjamin Netanyahu alegou ter provas de que o Irã estava perigosamente perto de alcançar esse objetivo3.
Segundo os israelenses, o Irã já tinha urânio enriquecido suficiente para até 9 ogivas nucleares, e vinha acelerando o processo nos últimos três meses24. Mais alarmante ainda: inteligência israelense descobriu que o Irã havia formado um “grupo de armas” nuclear após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, conduzindo experimentos bem-sucedidos com componentes de armas nucleares5.
O “Ponto de Não Retorno”
A usina de Natanz, principal centro de enriquecimento de urânio iraniano, virou alvo principal da primeira onda de ataques23. O “breakout time” (tempo para produzir material físsil suficiente para uma arma nuclear) do Irã havia sido reduzido para apenas uma ou duas semanas3.
A justificativa de Israel foi clara: se não agissem agora, poderia ser tarde demais1. Segundo Netanyahu, era preciso “agir antes que o Irã cruze o ponto de não retorno”2. Importante destacar que Netanyahu revelou ter autorizado esta operação em novembro de 2024 — mais de 6 meses antes da execução —, mostrando que não foi uma decisão súbita4.
Porque Israel Atacou o Irã Agora: Os Motivos Estratégicos
1. Fragilidade do Regime Iraniano
Israel viu uma rara “janela de oportunidade” para agir contra um Irã enfraquecido1. O país persa enfrenta uma grave crise interna, com protestos populares, inflação alta e instabilidade política que tornaram o regime dos aiatolás mais vulnerável do que nunca5.
2. Aliados Regionais Enfraquecidos
Grupos como o Hezbollah, tradicionalmente apoiados pelo Irã, sofreram perdas recentes e estão menos preparados para retaliar1. O Hezbollah, que era a principal força militar não-estatal do Oriente Médio, perdeu sua liderança, milhares de combatentes e boa parte de seu arsenal em bombardeios no sul do Líbano1.
3. Pressão Política Interna em Israel
Netanyahu está sob forte desgaste por conta da guerra em Gaza e denúncias de violações de direitos humanos5. Um ataque ao “inimigo externo” ajuda a desviar o foco das críticas internas e pode fortalecer sua posição política1.
4. Temor de Novo Acordo Nuclear com os EUA
Havia rumores de que Irã e EUA estavam prestes a retomar negociações nucleares3. Em 3 de junho, os EUA haviam enviado uma proposta ao Irã via Omã que permitiria o enriquecimento de urânio em solo iraniano até 3% de pureza6. Israel quis agir antes que o contexto diplomático mudasse1.
Alvos Atacados na Operação Leão Crescente
Na madrugada e ao longo do dia 13 de junho, Israel bombardeou alvos estratégicos em todo o território iraniano24:
Instalações Nucleares
- Usina de Natanz: Centro do enriquecimento de urânio iraniano, com danos significativos à infraestrutura elétrica2
- Fordow: Instalação subterrânea nuclear fortemente protegida4
- Isfahan: Centro de conversão de urânio2
Alvos Militares e Estratégicos
- Instalações militares e aeroportos estratégicos3
- Instalações em Khondab e Khorramabad4
- A capital Teerã, onde foram mortos nove cientistas nucleares (incluindo Fereydoon Abbasi e Mohammad Mehdi Tehranchi) e o comandante-chefe da Guarda Revolucionária, Major General Hossein Salami4
Escala da Operação
Segundo o próprio governo de Israel, cerca de 200 aeronaves participaram da ofensiva, lançando mais de 330 munições contra cerca de 100 alvos4. Foi a maior operação israelense contra o Irã até hoje2. A Mossad também sabotou sistemas de defesa aérea e estabeleceu uma base secreta de drones próxima a Teerã4.
A Resposta Iraniana: Operação Promessa Verdadeira III
O Irã respondeu com força total na “Operação Promessa Verdadeira III”, lançando mais de 370 mísseis balísticos e centenas de drones ao longo de quatro dias4. Os ataques atingiram múltiplas cidades israelenses, incluindo Tel Aviv, Bat Yam, Petah Tikva, Haifa e Beersheba4.
Danos e Vítimas
Em Bat Yam, um prédio de 10 andares foi atingido, matando pelo menos 8 pessoas4. Israel afirmou ter interceptado entre 80-90% dos mísseis iranianos, mas muitos conseguiram furar o sofisticado sistema de defesa aérea do país4.
Balanço de vítimas até 16 de junho:
- Irã: 224 mortos e 1.277 feridos (mais de 90% civis, incluindo 70 mulheres e crianças)4
- Israel: 24 mortos e 592 feridos4
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, classificou o ataque como uma “declaração de guerra” e afirmou que Israel e os Estados Unidos “terão um destino amargo”4.
Contexto Histórico: A Rivalidade Israel-Irã
Esta rivalidade não é nova5. Israel e Irã romperam relações após a Revolução Islâmica de 1979, quando o Irã se tornou uma teocracia anti-Israel5. Desde então, o regime iraniano passou a financiar grupos como o Hamas e o Hezbollah, considerados inimigos por Israel5.
Ao longo das últimas décadas, os dois países travaram uma verdadeira “guerra nas sombras”, com assassinatos seletivos, sabotagens e ataques cibernéticos5. Mas o que vimos em junho de 2025 foi um confronto direto — e com consequências imprevisíveis4.
Consequências e Perspectivas Futuras
O Ataque Impedirá o Programa Nuclear Iraniano?
A resposta mais provável é não4. Segundo especialistas, o conhecimento técnico já existe4. Embora a “cadeia de suprimentos” nuclear tenha sido interrompida, ela pode ser reconstituída em questão de meses, pois o Irã mantém o conhecimento técnico necessário4.
Risco de Escalada Regional
Mais do que isso: o ataque pode acelerar o desejo de Teerã por armamento nuclear, e abrir a porta para uma corrida nuclear no Oriente Médio4. O conflito continuou a escalar nos dias seguintes, com Israel expandindo seus alvos para incluir infraestrutura energética iraniana e centros de comando da Força Quds4.
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