Você já imaginou receber seu salário inteiro, sem aquele desconto do Imposto de Renda no contra-cheque? Pois é, essa é a promessa do projeto de isenção do Imposto de Renda que está mexendo com Brasília. Mas calma: não é todo mundo que vai sair ganhando igual — e tem muita política no meio.
🔎 O que muda com o projeto de isenção do Imposto de Renda
Hoje, só quem ganha até R$ 3.036 por mês está livre do Imposto de Renda. Com a nova proposta, esse teto subiria para R$ 5 mil por mês. Isso significa que mais de 10 milhões de brasileiros passariam a ser isentos.
E quem ganha um pouco mais? Aí entra um desconto parcial. Quanto mais perto de R$ 5 mil, maior a economia; quanto mais perto de R$ 7 mil, menor o desconto.
💡 Exemplos na prática
Pra ficar claro, vamos comparar:
- Uma pessoa que ganha R$ 5.450 hoje paga quase R$ 450 de imposto. Com a mudança, pagaria cerca de R$ 180. Economia de quase R$ 270 todo mês.
- Já uma pessoa com salário de R$ 6.260 paga atualmente R$ 670 de IR. Com a nova tabela, cairia para R$ 530. Uma folga de R$ 140 mensais.
Ou seja: quem ganha até R$ 5 mil ficaria totalmente isento, quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil teria um alívio parcial, e acima disso nada muda.
💰 Quem paga a conta da isenção do Imposto de Renda?
A grande pergunta é: se milhões deixam de pagar imposto, de onde vai sair o dinheiro? A resposta está nos muito ricos. O projeto cria uma nova faixa para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. Essa galera passaria a pagar até 10% a mais de imposto, além do que já pagam hoje. Lucros e dividendos de empresas e investimentos no exterior também entram nessa conta.
O governo calcula que a medida pode custar R$ 27 bilhões por ano, mas garante que a cobrança dos super-ricos e a revisão de algumas regras antigas dão conta do recado.
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👍 Quem é a favor e 👎 quem é contra
Quem defende a proposta fala em justiça tributária: afinal, a classe média muitas vezes paga proporcionalmente mais imposto que quem tem fortunas. Além disso, deixar dinheiro no bolso do trabalhador significa mais consumo, mais movimento no comércio e mais economia girando.
Do outro lado, críticos duvidam que a compensação seja suficiente. Dizem que pode faltar dinheiro para serviços públicos como saúde e educação. E empresários reclamam que tributar lucros e dividendos pode desestimular investimentos.
🥊 A briga política
No Senado, quem puxou o projeto foi Renan Calheiros (MDB-AL). Ele vende a ideia como uma bandeira de justiça tributária. Na Câmara, o protagonismo é de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa e rival político de Renan em Alagoas. Cada um quer carimbar o projeto como “seu” para sair com o mérito.
O Planalto, claro, prefere o texto da Câmara e pressiona por agilidade, mas o Senado insiste em incluir outros pontos, como programas de renegociação de dívidas. Resultado: disputa de bastidores para ver quem aparece mais como “pai da criança”.
E entra a oposição. Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram condicionar a votação da isenção do IR à aprovação de uma anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O relator do projeto da anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), chegou a dizer publicamente que a votação do Imposto de Renda só andaria se a anistia fosse discutida antes.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu com dureza, chamando a estratégia de “chantagem absurda”. Líderes governistas também criticaram a mistura de pautas, argumentando que justiça tributária não pode virar moeda de troca para impunidade.
👉 Assim fica claro quem está em cada lado:
- Renan x Lira disputam protagonismo.
- Bolsonaristas tentam usar o projeto como moeda de troca para a anistia.
- Haddad e o governo rebatem e tentam manter o foco no mérito da proposta.
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🤔 E agora?
O projeto já passou pelo Senado e está na Câmara em regime de urgência. Se for aprovado nas duas casas e sancionado, a mudança pode começar a valer em 2026. Mas até lá, a novela ainda promete vários capítulos — principalmente porque a disputa sobre “quem paga a conta” segue em aberto.
🎬 Resumo
Se a proposta andar, milhões de brasileiros vão respirar aliviados ao ver o salário render mais. Mas no fim das contas, a pergunta que fica é: quem deve bancar essa conta — o Estado cortando gastos ou os super-ricos pagando mais?
🔗 Para saber mais sobre a isenção do Imposto de Renda
- Agência Brasil – Câmara aprova urgência para isenção do IR de quem ganha até R$ 5 mil
- CNN Brasil – Perguntas e respostas sobre isenção do IR até R$ 5 mil
- Senado Notícias – Comissão aprova projeto de isenção do IR até R$ 5 mil
- Gazeta do Povo – Isenção do IR de R$ 5 mil enfrenta resistência no Congresso
- Veja – Senado se antecipa à Câmara e aprova isenção de IR até R$ 5 mil