Até agora não entendi essa história da Petrobras. É corrupção?
Não exatamente. Pelo menos ainda. O caso que está sendo falado em todos os jornais é o da compra de uma refinaria de petróleo em Pasadena, nos EUA.
Certo. Mas o que aconteceu?
Em 2006, a Petrobrás comprou essa refinaria, pensando em refinar nosso petróleo para vender nos Estados Unidos.
Mas os Estados Unidos não estão em crise?
Na época não estavam. A economia ia muito bem por lá, e o Brasil queria aproveitar o bom momento para vender petróleo. Nessa época, empresas brasileiras como a Petrobras e a Vale estavam procurando se expandir pelo mundo.
OK. Então qual é a denúncia?
A denúncia é a de que a Petrobrás teria pago muito mais do que a tal refinaria valia. Em 2005, a empresa belga Astra Oil pagou por essa refinaria US$ 42,5 milhões. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade dela. Esse é o primeiro problema.
Bom, até aí, acontece, não é?
Verdade. Mas o que aconteceu depois é que está gerando mais polêmica. Dois anos depois da compra, em 2008, a Astra Oil e a Petrobras se desentenderam na gestão da refinaria. Entraram em desacordo. Existia no contrato de compra assinado pela Petrobras uma cláusula prevendo isso. Havendo desentendimento na maneira de gerir a refinaria, a Petrobras se comprometia a comprar o resto dela, os outros 50%.
E a Petrobras comprou?
Sim, por causa de uma decisão judicial nos Estados Unidos, que saiu em 2012. Pagou mais US$ 820,5 milhões. O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão responsável por fiscalizar as contas das instituições federais, começou a investigar essa compra no ano passado, o que gerou toda essa repercussão da imprensa.
O que a Dilma tem a ver com isso?
Ela, na época, fazia parte do Conselho da Petrobrás. Toda decisão importante tinha de passar por esse grupo, que também tinha empresários na sua formação.
E eles aprovaram essa compra?
Sim, aprovaram. Alguns dos ex-membros do conselho disseram que a compra foi recomendada por instituições privadas de confiança (o banco Citibank nesse caso). E que essa cláusula que obrigava a Petrobras a comprar a refinaria toda em caso de briga entre os sócios não estava no contrato que eles analisaram. A presidenta Dilma disse que se os conselheiros soubessem dessas tais cláusulas, a compra não seria aprovada. Mas que só soube delas em 2008.
Estão investigando?
Sim. A Polícia Federal e o TCU estão analisando se houve irregularidade nessa operação. A Câmara dos deputados e o Senado estão prestes a abrir uma CPI para investigar o caso. E a Petrobras abriu uma comissão interna para lidar com esse assunto.
Foi desonestidade ou não? Alguém levou algum nessa história?
Não se sabe ainda. O fato é que a compra da refinaria em Pasadena custou muito mais caro do que deveria e o contrato que a Petrobras assinou era desfavorável à empresa brasileira. As investigações vão mostrar se alguém agiu de má-fé nessa história.
Mas existem mais denúncias contra a Petrobras! Você não vai falar delas?
Neste post não, porque já está bem longo. Mas o UOL fez uma lista das denúncias envolvendo a petrolífera nacional que estão sendo investigadas. Mas, veja bem, são denúncias. Nada de sair dizendo que todo mundo é corrupto porque essas pessoas ainda não foram condenadas. Elas, como todo mundo, têm direito a ser consideradas inocentes até o fim do processo, certo?
Para saber mais, leia:
G1: Entenda as denúncias envolvendo a Petrobras
Folha: Entenda o caso da refinaria
Carta Capital: O caso Petrobras à luz da economia de 2006
UOL: Entenda as denúncias sobre a Petrobras
PASADENA: A HIPOCRISIA OPOSICIONISTA E MIDIÁTICA
Por: ODILON DE MATTOS FILHO
Estamos assistindo nesses últimos dias mais um ataque patrocinado pela desesperada oposição e pela “mídia nativa” contra o governo Dilma. O álibi dessa vez é à compra, pela Petrobras, de uma Refinaria em Pasadena, EUA, em 2006.
Logo após as primeiras notícias desse “nebuloso” negócio, eis que surgem os “nacionalistas” pátrios, Aécio Neves e FHC para criticarem a compra da refinaria de Pasadena e, hipocritamente, “defender” a Petrobras. São as raposas querendo tomar conta do galinheiro!
É sabido, até pelo “mundo mineral”, que o governo entreguista de FHC preparou o terreno para privatizar a Petrobras, inclusive, já havia escolhido o novo nome da empresa: “Petrobrax”. O primeiro passo para realizar o sonho do “deus-mercado”, foi a Emenda Constitucional 09/95, que quebrou o monopólio da maior Estatal brasileira e alterou o conceito de empresa nacional.
No campo político FHC foi mais longe: agiu de maneira sorrateira, covarde e suja. Com a greve dos petroleiros, que não concordavam com essas mudanças, FHC, ardilosamente, deixou que as empresas multinacionais de gás e combustível desabastecessem o mercado para que a culpa recaísse nos petroleiros grevistas, e o resultado foi um generoso aumento de 28% para essas empresas, um prêmio pelo conchavo. Portanto, e para inicio de conversa, o PSDB não tem moral para fazer qualquer crítica ou defender a Petrobras ou outra estatal, afinal, foram eles que dilapidaram o nosso patrimônio com as abjetas privatizações, conforme comprova o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, com seu Best Seller, “Privataria Tucana”.
Feito essa breve, mas necessária lembrança, vamos à negociação de Pasadena.
Resumidamente, as notícias dos jornalões dão conta de que a compra da refinaria de Pasadena por US$ 1,8 bilhões, foi um péssimo negócio para a Petrobras e com forte suspeita de superfaturamento e supostos pagamentos de suborno a empregados da Petrobras, envolvendo a empresa SBM Offshore.
Primeiro, temos que analisar o contexto, ou seja, a época em que foi fechado o negócio. De acordo com o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, de 1999 a 2005, a meta da companhia era ampliar a capacidade de refino no exterior para ampliar o escoamento do petróleo brasileiro para os principais mercados consumidores, como os EUA. E seguindo esse planejamento, surgiu em 2006, à oportunidade e a Petrobras comprou a refinaria de Pasadena por US$ 486 milhões.
A mídia, como não poderia ser diferente, vem “desinformando” a sociedade sobre o valor de Pasadena, pois, ela está acrescentando no preço final os estoques de petróleo e derivados que vieram juntos na aquisição da empresa. Ademais, a imprensa esconde, também, outra informação importante para se detectar se o preço foi majorado ou não. Para se saber se isso ocorreu, é necessário se estabelecer comparações, como por exemplo, o preço do barril de petróleo à época. Segundo Gabrielli, a Petrobras adquiriu os 100% da refinaria de Pasadena por US$ 4.860 por barril. No mesmo ano, 2006, o preço médio de refinarias adquiridas na América do Norte foi de US$ 9.734 por barril. Em maio de 2007, um fundo de investidores do Canadá adquiriu a Lima Refinery da Valero, por US$ 11.515 por barril.
Com o avento do Pré-sal no final de 2006, hoje se pode dizer que não foi vantagem comprar Pasadena, pois, a estratégia da Petrobras mudou, saiu do refino no exterior para aumentar o refino no Brasil, tanto, que foram construídas e reformuladas várias refinarias, Brasil afora. No entanto, é evidente que vale aguardar os movimentos do mercado para vender Pasadena em um cenário mais adequado e vantajoso.
Por fim a acusação de pagamento de suborno a empregados da Petrobras com o envolvimento da empresa SBM Offshore, parece que não procede também, pois, o Ministério Público da Holanda informou à Comissão Interna da Petrobras que “não há investigação aberta sobre o caso de propina envolvendo a empresa SBM Offshore e a Petrobras.”
Diante de tudo isso, fica a conclusão de que a Petrobras não agiu de má-fé e tampouco houve qualquer superfaturamento na aquisição da refinaria de Pasadena. O que há é uma ação articulada de especuladores e de empresas multinacionais, que além de não concordarem com o regime de partilha adotado na concessão do Pré-sal, estão trabalhando para o que os entreguistas de outrora retornem ao Poder. Estamos atentos..!
Não é verdade que a Astra pagou apenas 42 mi pela Refinaria; Seria legal corrigir este post.
“3 – Qual foi o preço pago pela Astra pela refinaria?
A Comissão de Apuração Interna, instaurada em março pela companhia, apurou que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela compra da refinaria. Este suposto valor, a propósito, nunca foi apresentado pela Petrobras.
Até o momento, análises da Petrobras indicam que a Astra desembolsou pelo conjunto de Pasadena aproximadamente US$ 360 milhões. Deste valor, US$ 248 milhões foram pagos à proprietária anterior (Crown) e US$ 112 milhões correspondem a investimentos realizados antes da venda à Petrobras.”
http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/dez-perguntas-e-respostas-para-entender-a-compra-de-pasadena.htm