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Todas as pesquisas eleitorais mostram que o ex-presidente Lula é o favorito para ganhar as eleições para presidente. Então quer dizer que o Lula já ganhou? Calma, ainda não!

Todas as pesquisas mostram que o Lula está na frente. Já dá para dizer que ele vai ganhar a eleição?

Segundo as pesquisas, o Lula é o candidato favorito dos eleitores brasileiros. Ele está na frente de todos os candidatos, incluindo o atual presidente, o Jair Bolsonaro. Em alguns momentos, como no final do ano passado, parecia até que o Lula poderia ganhar no primeiro turno, porque a porcentagem de votos que ele tinha era maior do que a soma de todos os outros candidatos. Agora, o Lula continua na frente, mas a distância dele para o Bolsonaro tem diminuído.

Se ele está na frente há tanto tempo, a tendência é que ele ganhe, não?

Ele tem boas chances de ganhar, e é isso o que as pesquisas mostram. Mas as pesquisas eleitorais não são capazes de prever o que vai acontecer no futuro. Elas mostram o que está acontecendo no presente. As eleições só vão acontecer em outubro e a campanha oficial só começa em agosto, então muita coisa ainda pode acontecer.

Será que os outros candidatos conseguem reverter essa vantagem?

Isso é bem possível. Uma matéria do Nexo mostra que das oito últimas eleições para presidente, três foram vencidas por um candidato que não estava em primeiro nas pesquisas. Ou seja: existe sim uma chance bem considerável de que o Lula não ganhe as eleições, mesmo estando tão à frente.

Quer dizer que as pesquisas não servem para nada?

Quer dizer que as pesquisas são úteis, mas não podem dizer como o futuro será. Estar na frente agora não quer dizer que a liderança vai continuar para sempre. Na política, as coisas podem mudar com muita rapidez. As pesquisas também não entrevistam 100% dos brasileiros, elas conversam com uma fração dos quase 150 milhões de pessoas que votam.

O que dizer pra quem acha que, por estar na frente nas pesquisas, isso é um indicativo que o Lula vai ganhar fácil?

Outros fatores mostram pra gente que não dá para cravar quem vai ser o presidente do Brasil. Um muito importante é o fato de que o Bolsonaro está no poder atualmente. Isso é muito importante. Quer dizer que ele tem o controle do governo, ou seja, de muitas verbas que ele pode usar para atrair aliados e convencer políticos, empresários e outras pessoas influentes de que ele é a melhor opção. E veja bem, eu não estou falando de corrupção. Estar no poder é uma vantagem muito grande, especialmente para quem quer se reeleger, como o Bolsonaro.

O Joe Biden ganhou do Trump nos Estados Unidos, a Argentina elegeu um presidente de esquerda, o Chile também. A direita não está perdendo a força no mundo?

É verdade que a direita sofreu essas derrotas na América do Norte na América do Sul. Mas, na Europa, a história está um pouco diferente. Na Hungria o Viktor Orbán ganhou de novo as eleições. Ele vai continuar no cargo de primeiro-ministro. O Orbán é um dos principais nomes de direita no mundo, atualmente, e tem relações boas com o Bolsonaro. Na França, o Emmanuel Macron, atual presidente e que é de centro-esquerda, até está na frente das pesquisas, mas está perdendo a vantagem que ele já teve em cima da Marine Le Pen, uma candidata da extrema-direita.

Difícil cravar o que vai acontecer daqui a seis meses, né?

Muito difícil. Por isso, quem quer ganhar uma eleição, seja o Lula, o Bolsonaro, o Ciro, a Simone Tebet ou qualquer outra pessoa, tem que fazer campanha. Não pode sentar em cima do resultado, como diz o pessoal do futebol. O jogo é jogado e o lambari é pescado.

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