Acordei hoje e todos os sites e jornais estavam falando de uns tais “papéis do Panamá”. O que é isso?
Os tais “papéis” são documentos divulgados no fim de semana, que revelaram a existência de milhares de contas bancárias em paraísos fiscais, principalmente no Panamá. A história chamou a atenção porque o envolve políticos e pessoas famosas de mais de 200 países do mundo, inclusive o Brasil.
Quem divulgou esses documentos?
Uma entidade chamada Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Esse é considerado o maior “vazamento” da história do jornalismo: são de 11 milhões de documentos.
O que esses documentos mostram?
Eles escondem esse dinheiro para quê?
Para fugir de impostos. O Panamá é um “paraíso fiscal”, um país que cobra pouquíssimos impostos e facilita a abertura de contas secretas para atrair os milhões de pessoas que não querem pagar impostos.
Como eles fazem isso?
É assim: a Mossack Fonseca ajuda seus clientes a abrir uma empresa no país. Dessa maneira, uma pessoa pode fazer operações com dinheiro ao redor do mundo e pagar apenas os impostos que o Panamá cobra, que são muito menores do que pagariam em seus países de origem.
Todas essas pessoas cometeram crimes, então?
Não necessariamente. Investigações mais profundas precisam ser feitas. Mas já se sabe que pessoas acusadas de tráfico de drogas, por exemplo, têm contas no Panamá. Elas serviriam para ocultar o lucro conseguido com essa atividade ilegal.
Que nomes apareceram nos documentos? Tem político brasileiro?
Sim. Há políticos brasileiros na lista, assim como empresários e até o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa.
Até o Joaquim Barbosa? O que ele fez?
Segundo o jornal americano Miami Herald, ele escondeu os valores que pagou em um apartamento em Miami para não ter que pagar impostos. O ex-ministro nega essa acusação.
De que partidos são esses políticos?
Segundo o UOL, há gente do PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB com contas no Panamá.
E gente do PT? Não tem não?
Não. Não foram encontrados políticos do PT nessa lista.
E no resto do mundo?
São muitos os nomes, mas podemos citar alguns como Vladimir Putin, presidente da Rússia, e os primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão. O presidente da Argentina, Maurício Macri usou a empresa Mossack Fonseca para abrir uma empresa, e até o jogador Lionel Messi aparece nos documentos.
O que vai acontecer agora?
Cada país vai investigar se as atividades de seus cidadãos foram ilegais ou não; se os acusados estavam escondendo seu patrimônio para evitar pagar impostos. A partir daí, essas pessoas podem ser processadas.
Saiba mais:
Mais uma excelente explicação. Só faltou – ou sobrou – algo no seguinte trecho: “são de 11 milhões de documentos”.
Aecio Neves aparece nessa lista?
Então o Panamá é a nova “Suiça”…
Não é importante dizer que: o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos junto com outros jornais analisou e divulgou os papéis mas os documentos foram enviados ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung por uma fonte anônima?