Slide mostra quando cada empresa de internet passou a ser monitorada pelo Prism (Imagem: Reprodução)
Me explica melhor essa história? O que aconteceu?
Foi o seguinte: os jornais Washington Post e The Guardian revelaram que uma agência do governo americano chamada NSA está vigiando a internet e o telefone de milhões de pessoas nos EUA e pelo mundo.
Vigiando como? Eles grampearam todo mundo?
Mais ou menos. Essa agência (que em português quer dizer Agência de Segurança Nacional) está coletando dados sobre as ligações telefônicas e as atividades das pessoas na internet. Segundo o que o governo americano disse, eles não têm acesso ao conteúdo das mensagens.
E como eles vigiam o povo?
Segundo o que disseram os jornais, para vigiar a internet a NSA estaria usando um programa chamado Prism (“prisma”), que coleta dados de várias empresas como Google, Facebook, Skype. No caso dos telefones, eles usam ordens judiciais secretas para obrigar as operadoras a fornecerem os dados.
Como assim, “estaria usando”? Você tá me enrolando? É verdade ou não?
Calma, poxa! Sim, a tal da NSA está monitorando dados, mas a história real desse programa ainda não ficou clara. Você não me deixa terminar! É o seguinte: existe sim o tal Prism, mas não se sabe a profundidade dos dados que ele coleta, entendeu? E nem quantas pessoas estão sendo vigiadas.
Ah tá… É que jornalista tem essa mania de dizer tudo meio enrolado…
Então relaxa que eu tô explicando!
Beleza. Então me diga: Como eles conseguem tantos dados assim? E como o povo de lá deixa?
Ótima pergunta. Em 2001, depois dos ataques terroristas de 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovou o Ato Patriota (Patriot Act, em inglês). Esse conjunto de leis deu muitas liberdades para os órgãos de investigação americanos em casos de terrorismo. Por exemplo, de grampear conversas telefônicas sem precisar pedir autorização à justiça comum. É só dizer que é um caso de segurança nacional, que pode acabar num ataque terrorista, que os investigadores ficam livres para agir.
Que sacanagem! E ninguém sabia disso?
Bom, todo mundo sabia do Patriot Act. Ele foi amplamente divulgado e discutido nos EUA e no mundo. Agora, saber que tipo de investigações já foram feitas, isso é outra história.
(Imagem: Reprodução/obamaischeckingyouremail.tumblr.com)
E é verdade que o Facebook, o Google, a Apple, a Microsoft, deixam o governo americano pegar esses dados?
Eles dizem que não deixam, apesar do que foi revelado. Em uma apresentação secreta da NSA que vazou, há uma linha do tempo mostrando quando cada empresa foi incluída na vigilância. Nesse mesmo documento é possível ver que tipo de material a NSA consegue acessar: e-mails, conversas por chat, por vídeo, históricos de busca e conexões sociais.
Quem está mentindo, então?
Não se sabe ainda. Pode ser verdade que as empresas não tivessem conhecimento da vigilância. Ou pode ser que elas estejam dizendo que não sabiam de nada para não serem malvistas. Temos que esperar mais investigações.
Eles estão olhando os dados dos americanos? Tenho que me preocupar?
O governo dos EUA dizem que só monitoram cidadãos americanos se eles estiverem se comunicando com pessoas de outros países, porque isso seria um dos indícios (entre vários outros) de possíveis conspirações terroristas. A resposta, então, é sim. Nós não estamos imunes à vigilância dos EUA, não.
O que eu posso fazer para me proteger disso?
Vou ser sincero: é muito difícil a gente se proteger. A maioria dessas empresas está nos EUA e, consequentemente, os nossos dados também. Isso quer dizer que tudo o que está armazenado nos servidores das nossas redes sociais e e-mails pode ser acessado pelo governo dos EUA. Tem pessoas que usam programas especiais para escapar desses servidores e não deixar rastros. Mas, na minha opinião, esses são recursos para especialistas. Nós devemos cobrar do nosso governo que nos proteja da NSA e preserve nossa privacidade.
Saiba mais:
Wired Reino Unido (em inglês)
Washington Post (em inglês)
UOL
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