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Na semana passada, no dia 18 para ser mais exato, morreu a Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos EUA. Ela tinha 87 anos. O mundo inteiro falou da morte de Ginsburg porque ela era considerada uma pessoa íntegra e um símbolo da luta das mulheres por igualdade de oportunidades. 

Mas a morte dela também pode ter consequências políticas muito importantes nos Estados Unidos, que vão muito além da Suprema Corte do país. Como assim? O que essa história tem a ver com as eleições americanas? Vou explicar.

Quando um juiz da Suprema Corte dos EUA morre ou se aposenta, o presidente pode indicar um novo juiz para ocupar o cargo. Antes de assumir, o candidato ou candidata tem que ser aprovado pelo Senado, que entrevista essa pessoa e vota para decidir se ela entra ou não. Aqui no Brasil a coisa funciona assim também. 

Trump quer indicar novo juiz

O presidente dos Estados Unidos, o Donald Trump, já disse que ele quer indicar alguém o quanto antes. Disse inclusive que no final desta semana vai revelar o nome da pessoa indicada para ser juiz da Suprema Corte. Até aqui tudo bem, certo? Ele tem direito de fazer isso. 

Essa decisão é ainda mais importante pelo seguinte: se o Trump indicar um juiz novo e ele for aceito pelo Senado, a maioria dos nove integrantes da Suprema Corte terá uma posição conservadora. Até agora, as coisas andavam meio divididas. Com a morte de Ruth Bader Ginsburg e o novo integrante conservador, esse cenário com certeza mudará.

Mas os Estados Unidos vão passar por uma grande eleição em novembro, inclusive para presidente. Como você já deve saber, o clima por lá está bastante tenso e não é de hoje. A pandemia aumentou ainda mais as rivalidades entre os republicanos, partido do Trump, e os democratas, o partido do candidato Joe Biden. 

Democratas acusam republicanos de hipocrisia

Além disso, os democratas estão acusando os republicanos de hipocrisia. Isso porque em 2016, Mitch McConnell, o líder republicano do Senado impediu o então presidente Barack Obama de indicar um novo integrante para a Suprema Corte dos EUA. Ele dizia que era injusto que Obama indicasse um juiz tão perto das eleições. Por isso os democratas reclamam: pelo mesmo critério, Trump deveria esperar as eleições de novembro para fazer a indicação. 

As eleições poderiam mudar essa história de dois jeitos. Se o Donald Trump resolvesse esperar as eleições para indicar o novo juiz da Suprema Corte, ele poderia acabar não se reelegendo e a indicação ficaria nas mãos do Joe Biden, um democrata. 

Outra coisa pode acontecer. Hoje, os republicanos têm maioria no Senado. Ou seja, se o Trump fizer a indicação antes das eleições, o indicado vai ser aprovado pelos senadores. Mas se os republicanos perderem a maioria no Senado nas eleições, perderiam também a força de aprovar ou reprovar a indicação. 

O que deve acontecer

Sim, a questão é bastante complicada como você está percebendo. O resumo da ópera é: a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg jogou ainda mais gasolina na fogueira da política dos Estados Unidos. A disputa entre republicanos e democratas tem gerado várias batalhas políticas, que às vezes se transformam também em conflitos nas ruas. 

E o que vai acontecer? O mais provável é que Donald Trump indique um novo juiz para a Suprema Corte e o Senado corra para que ele seja aprovado o quanto antes. Por lei, o Trump pode fazer isso. Mas as coisas andam tão imprevisíveis que é difícil ter certeza de como serão as próximas semanas.

De uma coisa você pode ter certeza: aconteça o que acontecer, a gente explica para você.

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